O Índice de Atividade Econômica dos Estados Unidos Registra Declínio Pelo 29º Mês Consecutivo

Há, nos Estados Unidos, uma instituição singular, fundada em 1916, denominada The Conference Board, que, por sua natureza, figura como um venerável think tank, cuja composição abrange milhares de corporações e empresas privadas. Não sendo ela um órgão governamental, mas antes uma entidade privada, a sua criação visou suprir lacunas na coleta e no tratamento dos dados estatísticos que, à época, escapavam ao crivo das agências estatais. O tempo, sempre senhor das verdades e mentiras, consolidou-a como uma das mais relevantes instituições na tarefa de perscrutar o estado da economia americana, seja nos momentos de glória ou nos interstícios de crise.

Dentre os muitos índices e relatórios que, com meticulosa regularidade, emanam de tal instituição, sobressai-se o Índice de Indicadores Econômicos Antecedentes, conhecido pela abreviação LEI, que se apresenta como uma métrica imprescindível para os que buscam compreender os ritmos e os ciclos da economia. Não raro, as análises por ele proporcionadas encontram correspondência direta nas impressões populares acerca do estado econômico da nação.

Eis que, segundo os dados recentemente publicados, este índice, que se assemelha a um sismógrafo dos humores econômicos, registrou, no mês de julho, a sua vigésima nona queda consecutiva. Um feito que, para o espanto dos cronistas do presente, configura o mais prolongado período de declínio da história moderna dos Estados Unidos, ultrapassando, com assombro, até mesmo as sombras projetadas pela pandemia de COVID-19 e pelos subsequentes confinamentos. Notável é que o início deste fenômeno se deu ao mesmo tempo em que houve a elevação da taxa de juros básica no país, uma coincidência que muitos se apressariam em chamar de causalidade. Como se não bastasse, esse período de contradições coincidiu, também, com a implementação das primeiras grandes sanções no fatídico interregno entre fevereiro e março de 2022.

Quanto ao futuro, que tanto instiga a curiosidade quanto assusta pela sua imprevisibilidade, os analistas do The Conference Board prognosticam que o decréscimo do PIB real dos Estados Unidos persistirá, alargando-se por mais um ano. Mesmo que o Federal Reserve venha a tomar a decisão de reduzir as taxas de juros em setembro, o retorno ao crescimento econômico, como uma ave fênix renascendo das cinzas, pode se revelar uma empresa mais árdua do que muitos esperam.

Assim, o cenário que se descortina diante dos olhos perplexos daqueles que acompanham os desígnios da economia é, por certo, um misto de incerteza e ansiedade, onde cada índice, cada taxa e cada decisão econômica ecoa como um presságio dos dias vindouros.

Dr Leandro Pinto
Senior attorney

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