Por Dr. Leandro Pinto


01 de fevereiro de 2025.

A China tem em seu DNA histórico uma chama de embuste, não seria diferente na era digital.

No intrincado tabuleiro geopolítico onde a tecnologia se erige como a quintessência do poder, a startup chinesa DeepSeek emerge como protagonista de uma trama que transcende os limites do mercado, adentrando a seara do embuste meticuloso. Números indicam que a empresa teria logrado acesso ilícito a 50.000 unidades do chip Nvidia H100—cada qual avaliado em US$ 30.000—por meio de um ardiloso estratagema de triangulação via Singapura, desafiando abertamente as sanções impostas pelos Estados Unidos e Europa clube.

A ironia é escárnio puro: o país insular, com exatos 99 data centers e ambições nanicas no campo da inteligência artificial, converteu-se em ponto nevrálgico do tráfico de semicondutores, evidenciando a fragilidade intelectual e estrutural das sanções ocidentais.

Falando de embuste, obviamente nada há de escapar das garras da arma de guerra construída por Elon Musk, que, em um misto de ironia e consternação, já asseverou o óbvio: DeepSeek possui os chips, mas os oculta como um contrabandista, diga-se, pouco refinado, desviando-se do crivo regulatório com a destreza de um pirata digital.

O crescimento anômalo e a anestesia reguladora revelam uma aberração paradoxical do ponto de vista estatístico digna de estudo. Em um intervalo de três trimestres, Singapura emergiu como um comprador ávido de GPUs Nvidia, registrando uma alta de 740% nas aquisições e movimentando cerca de US$ 17,4 bilhões em semicondutores, alcançado a marca surreal de 4% de seu PIB. Um crescimento tão exponencial, sem que haja um incremento proporcional na infraestrutura computacional do país, transcende a mera casualidade e assume contornos de fraude estatal tácita ou, no mínimo, conivência “estratégica”, DIGAMOS!

Para ilustrar o disparate:

A China, sob intensa vigilância ocidental, adquiriu apenas US$ 11,6 bilhões em chips no mesmo período.

Singapura, uma nação insular com um mercado digital incipiente, magicamente eclipsou o consumo de semicondutores de um gigante TECNOLÓGICO. Has no one been able to notice this?

Nvidia, em um lapso de transparência involuntária, reconhece que os chips destinados a Singapura não têm lá seu repouso final, mas sim uma ulterior redistribuição prodigiosa.

Se esta não é a síntese da arte de camuflar contrabando sob a égide do livre mercado, então Adam Smith foi um pensador carente.

O Périplo das GPUs: deveras uma Odisseia de reexportação, será o novo Robin Hood digital?

O modelo de evasão sancionatória empregado pela DeepSeek e congêneres segue um roteiro já consagrado por nações acostumadas a dançar entre as linhas da suposta legalidade do Tio San, senão vejamos :

  1. Empresas estabelecidas em Singapura adquirem os semicondutores legalmente, sob o olhar indulgente e feliz das autoridades locais.
  2. Os chips são transferidos a intermediários ofuscados pela névoa corporativa multifacetada em off-shores, evitando a transparência documental que poderia evidenciar a destinação real.
  3. Eventualmente, as GPUs encontram águas calmas e seu porto seguro em território chinês, sem que haja um vestígio formal de que a transação tenha sido feita em afronta às sanções.

O expediente é reminiscentemente similar ao modus operandi dos Emirados Árabes Unidos e de Hong Kong, notórios por suas criativas operações de reexportação de tecnologia sensível, porém Singapura, até então considerada um bastião de conformidade regulatória, surge agora como um elo crítico do contrabando digital de alto escalão. Notoriamente os americanos e seus primos europeus não estudaram o suficiente sobre a história da origem de Singapura.

Se as denúncias procedem—e a lógica está ao lado desta tese—os desdobramentos desse mecanismo de bypass sancionatório podem ser catastróficos, tanto para a Nvidia quanto para o equilíbrio geopolítico da corrida pela supremacia em inteligência artificial:

Vou explicar…

  1. Os Estados Unidos, em resposta, poderão intensificar as restrições contra Singapura e outros pontos criativos do planeta, estrangulando um de seus principais hubs financeiros e comerciais.
  2. A Nvidia, cuja dependência da Ásia já é substancial, pode sofrer um impacto fulminante, “perdendo” até 20% de sua receita anual.
  3. A China, por sua vez, consolidará uma vantagem monumental no desenvolvimento de IA, reforçando seu parque tecnológico com chips que, em tese, jamais deveria possuir.

Diante desse tabuleiro, qualquer movimento do Ocidente precisa ser cirúrgico, impiedoso e desta vez lúcido, pois, caso contrário, as sanções converter-se-ão em um teatro de aparências, e a caixa mágica chinesa triunfará como o arquétipo do engenho mercantil moderno.

Deepseek, como fez lembrar Mr Trump, pode ser comprada ao Um Leviatã.

Pouco conhecida fora dos círculos especializados, a DeepSeek já é uma das startups mais promissoras no campo da IA generativa, um setor onde se digladiam colossos como OpenAI, Google DeepMind e Anthropic.

Se os números se confirmarem e a startup realmente detém 50.000 GPUs H100, a China passa a dispor de uma infraestrutura computacional equiparável às maiores potências ocidentais, permitindo-lhe suplantar as amarras tecnológicas impostas pelo Ocidente.

De fato é ironico que o mercado de ações americano, analisando os números de vendas para a Ásiaa, realmente tenha acreditado que países como Singapura, EAU, Cambodia e outros tenham a capacidade de alocar tamanho número de chips tão poderosos e altamente caros. Piada perfeita!

A questão a se fazer, portanto, não é se DeepSeek obteve os chips, mas sim quantos outros conglomerados chineses estão replicando esse modelo, longe dos olhos incautos e gananciosos da comunidade internacional. Seria uma guerra internaciona? Lucro X Prroteção?

Se a história nos prova que a raça humana não foi capaz de cessar o contrabando por milênios, como isso nos responde a pergunta sobre a próxima fase digital?

E mais: ainda há algum embargo que não seja, no fundo, uma farsa bem orquestrada?

A cortina se ergue, o circo, opa… o palco está armado. Resta saber se o Ocidente terá a audácia de reagir ou se resignará à amarga constatação de que, no tabuleiro da IA, o xeque-mate pode já ter sido dado—e nós apenas não o percebemos ainda. Good luck!


Sobre o Autor

Dr. Leandro Pinto é advogado sênior na Dr Leandro Pinto Law Firm, com foco em direito internacional, ênfase em regulamentações bancárias e energéticas. Sua trajetória no campo do direito bancário, aliada ao domínio de algoritmos criptográficos, o posiciona como um dos mais renomados especialistas em negociações financeiras globais. Dr. Leandro é o criador do Encrypted Infinite Point Algorithm (EIPA), uma metodologia revolucionária na construção de tokens e outras tecnologias baseadas em criptografia. Seu trabalho em algoritmos avançados permitiu a otimização de sistemas financeiros e contratos inteligentes, fornecendo soluções inovadoras para o mercado energético e tecnológico.

Sua vasta experiência no mercado financeiro e jurídico internacional confere-lhe uma perspectiva única sobre as implicações geopolíticas e econômicas de inovações no setor energético. Com um histórico de sucesso em transações internacionais, sua expertise garante que clientes estejam sempre na vanguarda das operações globais.

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